Experiências de leitura, a formação do leitor: Roda de leitura Clube 24 de Agosto.


O Programa Experiências de leitura, a formação do leitor, sob coordenação da professora Cátia Goulart, articula-se em três eixos: na formação de leitores na comunidade, na qualificação de professores da rede pública e na capacitação de profissionais que atuam em salas de leitura e bibliotecas. As ações isoladamente tiveram início em 2010 e reedições nos anos de 2011, 2013, 2014 e 2015 como projetos de extensão.  Neste ano de 2017 foram desenvolvidas, por discentes, duas ações vinculadas ao primeiro eixo, qual seja o de atuar na formação de jovens leitores na comunidade: uma na Escola Municipal de Ensino Fundamental Marechal Castelo Branco e outra em espaço não escolar. Aqui relatamos o “Projeto Roda de Leitura Clube 24 de Agosto”, um trabalho que, em parceria com esse ponto de cultura cuja trajetória histórica o situa como um marco de resistência negra em Jaguarão, surge da experiência da bolsista ministrante. Larissa Martins, com base em sua área de formação, licenciatura em história, e orientada por princípios do Programa passa a atuar na formação de leitores.  Articulamos assim dois objetivos: fomentar entre os jovens o gosto pela leitura de textos ficcionais e despertar interesse pelas memórias e história da população negra de Jaguarão. Com esses propósitos o projeto mobilizou a leitura de uma seleção de narrativas de memória – biografias em HQ, autobiografias ficcionais, relatos de viagem - cujas personagens e/ou autorias são negras. A partir dessas leituras, de pesquisas, entrevistas com pessoas da comunidade e de oficinas de criação ficcional, em sua etapa final, o projeto promoveu entre os jovens a criação coletiva de uma história ficcional em torno do clube do clube. 


AÇÕES REALIZADAS NOS ENCONTROS:  
   
  AUTOBIOGRAFIA FICCIONAL  – leitura do livro  A vida do elefante Basílio, Èrico Veríssimo . Reflexão sobre a natureza ficcional do texto e as marcas da autobiografia.  Contextualização do escritor.
       BIOGRAFIA E HQ –  Leitura  do livro  Morro da favela , de André Diniz -  Debate, a partir dos conjunto de assuntos trazidos pela obra.  O gênero biográfico em quadrinhos; multiletramento ( linguagem verbal e visual /não verbal do texto). O narrador, o escritor e a favela. 
       LITERATURA - Relato de Viagem  – leitura do livro  Bia na África .  Leitura do texto, leitura de mapa de países africanos, em especial percurso da protagonista. Reflexão a partir de conjunto de assuntos mobilizados pelo livro. Gênero relato de viagem, blog e diários. Reflexão sobre as relações culturais entre Brasil e Angola.   
  ENCONTRO PASSEIO - reconhecimento da história local : 1.  caminhada por pontos  históricos de chegado dos negros escravizados do Porto à Praça do desembargue . Com captação de imagens fotográficas;  visita à  biblioteca pública, para reconhecimento de ambientes de acervo na cidade e formas de associação.
     Oficina de criação de histórias ficcionais, a partir de estratégias da Escrita Criativa para criação de histórias que  tenham como  espaço  territórios negros da cidade.

RESULTADOS E DISCUSSSÕES

Considerando a importância da leitura e da criação de um pensamento crítico para a vida, estimulamos os participantes a manterem uma roda de leitura, um ESPAÇO sem hierarquias que SE DISTANCIE DE uma sala de aula tradicional. Assim, O EXERCÍCIO DA leitura ENQUANTO TROCA DE SENTIRES E SABERES torna-se um ato prazeroso.Considerando a parceria com esse ponto de cultura - Clube 24 de agosto - a trajetória histórica o situa como um marco de resistência negra na cidade de Jaguarão, entendemos como uma ação significativa a ocupação desse espaço e a criação de narrativas ficcionais com base na história local, pelas crianças e adolescentes.  Com o projeto, a partir da leitura de textos ficcionais, de pesquisas no acervo fotográfico do clube ,  de entrevistas com antigos sócios,  bem como com  exercícios metodológicos da Escrita  Criativa os jovens criaram coletivamente narrativas ficcionais que integraram o livro A Luta da rainha Eugênia.  




 Por Cátia Goulart e Larissa Martins( discente de história, bolsista PDA 2017).


  

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